Neste dia sem luz que me anoitece Que me sepulta inteiro Até de mim a minha dor se esquece Para que eu seja um morto verdadeiro Chove tristeza fria no telhado Do castelo do sonho, nua, nua A calçada que subo, já cansado De tanto andar perdido nesta rua Duma olaia caiu, morta, amarela Qualquer coisa que foi princípio e fim E bem olhada, bem pensada, é ela Aquela folha que lutou por mim Sozinho e morto ouço cantar alguém Mas é longe demais a melodia E o ouvido que vai nunca mais vem Trazer-me a luz que falta no meu dia