Quando o primeiro frio se aproximava Ela me deu um cobertor e disse Que viria me aquecer. Eu fiquei esperando, Mas o primeiro frio chegou E ela não veio. E estava por vir o segundo frio Quando ela ligou pedindo para esperá-la. Botei lenha na lareira E aqueci chocolate, Mas o cheiro de saudade que pairava no ar Me fez entender que ela não viria. No frio daquele ano, o terceiro, Eu pedi que ela viesse. Prometeu que sim. Comprei vinho do bom e discos de jazz., Mas, mais uma vez, ela se fez ausente. Quando o inverno do quarto ano chegou Não nos falamos. Uma réstia de esperança Botou-me frente à janela Espiando o horizonte Pensando que, talvez, ela Pudesse me fazer uma surpresa. Mas nada aconteceu. Agora o quinto frio se prenuncia. Vez em quando olho pro cobertor Que ela me deu e,com uma certa apreensão, Espio a esperança pela fresta da janela...