Quando eu navego essas águas escuras Tão claras do rio Tracajá vejo que a vida é tão bela como aquela vela que vem acolá O vento açoitando o meu rosto Não deixa o Sol minha pele queimar Os botos me lembram golfinhos guiando navio lá no alto mar Vai, vai barquinho além Vai, vai barquinho além Vai balançando nas ondas Vai no rumo do meu bem Navego a beira do barranco Pra ouvir o rouxinol da mata cantar A noite o silêncio da selva É sinfonia bela, sonata ao luar Lembro da amada distante Os olhos rasos d' água querendo chorar A natureza beleza me corta o pranto E me faz cantar Eu, eu nasci para amar Para amar Para amar A terra, a água e o ar A natureza mãe me ensinou A natureza mãe me ensinou Que eu sou filho da terra Do fogo e da água Eu sou filho do amor