Vem das matas da Amazônia A fera que voa na escuridão Seu assobio estridente espalha agouro e assombração A ventania de suas asas sopra a floresta e varre o chão Pavor, arrepio, corpos que tremem Ao ver a fera em transformação Janelas se fecham, luzes se apagam Oferendas e rezas para a proteção É preciso escapar Leve o tabaco, mas poupe minha vida Sussurram caboclos em superstição É preciso escapar! Quem será? Quem será? A velha malvada engerada em Matinta Quem será? Quem será? A cabocla que foi condenada pela maldição Matinta Perê, Matinta Perê Matinta Perera lendária, medonha Matinta Perê, Matinta Perê Velha feiticeira, visagem que voa Matinta Perê, Matinta Perê Matinta Perera lendária, medonha Matinta Perê, Matinta Perê Rapina de almas com as garras atrás de você O medo domina o imaginário Quando a rasga-mortalha canta na cumeeira Mas é preciso enfrentar o pavor E aprisionar a Matinta sorrateira Enterra a tesoura O terço e a chave Por onde a Matinta Costuma passar Assim ensinou O velho curandeiro A fé e a coragem Vão nos libertar