tom: Afinação:
Deixei faz tempo a punheta
Que há muito não dava trégua
E me amiguei com uma égua
Bragada, lerda e maceta
Com um rasgão na buceta
Que media mais de légua

Tudo dependo do gosto
Neste mundão sem fronteira
Quanta china trepadeira
Seiúda e de boa anca
Segredo que não se explica
Não tem o gosto da pica
Num recavém de potranca

Quantas vezes quando piazote
Só pra ver o fundo da toca
Socava meia mandioca
Na racha desta bragada
E alí no más sem delonga
Socava também a chonga
Pra não perder a olada

Lá no fundo do potreiro
Contra um angico caído
É assim que tenho fodido
Quase que diariamente
E às vezes fico temente
Que desta fodologia
Me surja lá um certo dia
Um bragado meio gente

Tem ainda outro jeito
Lhes digo sincero e franco
Procuro um meio barranco
E encosto a égua de ré
E empurro a piça segura
Mais dura e mais tesuda
Do que a lança de Sepé

Até na beira da estrada
Eu já fodi me bombeando
E quantas vezes me acabando
Já sentindo a comichão
Da última estremessão
Qualquer fungo de cachorro
Me viu com cara de sorro
Saltar com a guasca na mão

Abandonei a bragada
Pois todo o pago sabia
Do cambicho o povo ria
E a bragada se gabava
Cola erguida, relinchando
Vinha ao trote me chamando
Quando ao longe me avistava

Mas de todas essas éguas
Que ergui na ponta da piça
Foi a tordilha petiça
Que maior gozo me deu
Pois a diaba se deitava
E relinchando se acabava
No mesmo sonho que eu

Faz bem pouco e bem me lembro
Quando eu tocava pra um xixo
Me veio o diabo capricho
De barranquear a potranca
Mas quando empurrei o gancho
Me largou um xurriu
Na limpa bombacha branca

Mas eu não vi o desastre
E assim no baile chegando
Só via china se espiando
E um velho meio arraivado
E me atacava e dizia
- Em baile que tem família
Não se aceita homem cagado

Eu fiquei desenxavido
Quando me senti cagado
Fiquei muito encabulado
Tive que me desculpar
- O senhor não vai pensar
Que vim assim por deboxe
Pois tava tão bom o coxe
Que não vi ela cagar

- Se não eu não tinha vindo
Neste baile familiar
Mas a égua vai me pagar
O fiasco que cometi
Lá no passo do Butuí
No primeiro tacurú
Vou comer ela no cú
Pra nunca mais se exibir
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