Trago o destino de ter nascido pampeano Templado a sol e minuano na pradaria campeira Sou planiceiro... Sopro de prece jesuíta Que se morre ressuscita pra depois virar bandeira! Carrego heranças, de paisanos e fronteiros Com bufidos de pampeiros, espalhando luz e incenso Eu e o meu povo com um criollo alumbramento Vamos os dois tempo adentro haciendo pátria em silêncio! Sou meio yaguaretê Meio touro e cavayú Tenho alma de Martín Fierro E sangue de Tiarajú! Cada vez que canto, numa magia espontânea Se derrama uma guarânia, uma milonga, um chamamé Acordo as almas e os anjos da liberdade Que dormem na eternidade e só Tupã sabe o porque! Tenho mil potros relinchando no meu sangue Sou tutano do Rio Grande, misto de grito e de salmo Sou missioneiro, cantor gaucho deste chão Que a casco de redomão conquistamos palmo a palmo! Tenho algo de calandría De badalo e de cincerro Com alma de Tiarajú E sangue de Martín Fierro!