Tupã! Num sopro de ternura Concebeu a agricultura Para os filhos desse chão Trovejou, lá no alto da palhoça Quando o orvalho molha a roça É perfeita a comunhão Mas veio o invasor E a terra então sangrou Negro plantou resistência Canudos semeou a rebeldia Cada enxada levantada Liberdade florescia Mas a ganância por terra sem gente Faz muita gente sem terra chorar! Quem planta o mal, espalha ambição Me dá, me dá, um ‘pedacim’ de chão Lavoura ê! Lavoura! Mãos calejadas no cultivo da semente Lavoura ê! Lavoura! Floresce da terra A fé dessa gente Alimentar e plantar o amor Proteger é cuidar desse chão Abraçar o nosso irmão Contra a desigualdade Pra colher dignidade Em cada gota de suor eu vi Brotar, crescer e acreditar Que a esperança está no amanhã E assim será Viver é partilhar E nada em troca esperar! Tem festa na roça até o amanhecer Divide esse chão pro nosso povo colher! Tatuapé, me chama que eu vou! Puxe o fole sanfoneiro no toque do agogô!