Construímos torres para esconder a miséria Contamos os bilhões, mas não as orações Os orçamentos voam em direção aos campos de guerra E a paz mendiga no fundo das fronteiras Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra Cantamos o amor, mas armamos a terra Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra E os nossos filhos pagam o preço das quimeras Assinamos acordos em mesas frágeis Palavras de veludo, promessas estéreis Um tratado se apaga ao primeiro sopro do vento E o ódio renasce no coração dos vivos Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra Cantamos o amor, mas armamos a terra Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra E os nossos filhos pagam o preço das quimeras Juramos apagar as chamas dos canhões Mas cada um teme perder a sua nação Quebramos as armas, mas não os rancores A violência se esconde no coração das arquibancadas Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra Cantamos o amor, mas armamos a terra Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra E os nossos filhos pagam o preço das quimeras Prometemos a união, exércitos solidários Mas cada um escolhe a sua hora, a sua fronteira O medo da represália alimenta a loucura E a paz se apaga na sombra dos tratados traídos Não coloquem os vossos sonhos nas mãos dos poderosos Os projetos deles desmoronam ao sopro do tempo A paz não se compra, ela se constrói Nas mãos dos povos, na esperança das noites Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra Cantamos o amor, mas armamos a terra Sonhamos com a paz, mas financiamos a guerra E as nossas vozes se elevam para quebrar as fronteiras