De já hoje quando estava no meu rancho Me chamaram, me pediram que voltasse E dos rumos de onde eu vim, eu fiz retorno Na esperança de que a vida melhorasse Juntei pilchas pelos cantos e fiz canto Pois cantando quando eu vim cruzei caminhos Nesta volta os meus sonhos de distância Se fez ânsia de rever meu velho ninho Quando vinha pela estrada de já hoje La no passo esporeei o meu picasso E na ânsia de chegar sai cantando Nuca mais eu voltarei pra donde vim De já hoje quando eu vinha pela estrada Regressando do rincão onde nasci Dentro d'alma galopeava uma saudade E a vontade de encontrar o que perdi Labaredas de algum fogo galponeiro Vozes rudez de campeiros como eu Mãos amigas me alcançando mais um mate Realidade que a cidade não me deu Quando vinha pela estrada de já hoje La no passo esporeei o meu picasso E na ânsia de chegar sai cantando Nuca mais eu voltarei pra donde vim De já hoje quando ao tranco fui chegando Na porteira que eu abria quando piá Vi gaúchos que me olharam de soslaios Nem ao menos buenos dia hoje se dá Não vi pasto no potreiro rebolcado Nem caseiro pra gritar passe pra diante Não vi erva pra um gaúcho tomar mate Nem o resto do churrasco para o andante Quando vinha pela estrada de já hoje La no passo sofrenei o meu picasso Esta bruta realidade mata anseios Que eu sentia nos lugares de onde vim De já hoje quando eu vinha pela estrada Regressando do rincão onde nasci Esporeei o meu picasso e num laçaço Fui deixando para trás tudo que vi Quero andar, andar, andar pelas estradas E avisar quem vem de longe a regressar Que a mentira vem tropeando mil promessas E a verdade já cansou de cabrestear