Sem mais espaço para as lágrimas Sem espaço na terra para enterrar toda essas mágoas Sem motivos para sorrir Me diga o meu Deus como é que nós chegamos aqui Meus caminhos estão embaçado É que meus olhos encharcados só me mostram o meu passado Sem saber aonde é que eu estou Tão pouco para onde eu vou ariado Dai-me espaço por favor Pois mesmo sem ter destino eu sigo assim meio avexado Hey cuidado culuminho Espia bem teus caminhos Para onde você vai com tanta pressa? Se assustou e correu facim Não olhou para frente acerta a testa O pobre coitado assombrado com passado Tempo ruim não da fartura Sem chuvas sem plantação A terra seca racha o chão Panela e bucho vazios Parte para o próximo ato Junta os mulambos e os trapos e vai sair para cortar chão É hora de cessar teu pranto É hora disso essa teu pranto É hora de cessar teu pranto Cessar teu pranto Aqui no canto trancado em casa aos prantos Lá fora tem um bicho solto parece não estar nada manso Cuidado ele te avança bicho até te quebra e cansa Uns fazem festa todos dançam Olha aí oh meu Deus pra essa criança que se encontra no poder Rogo a vós senhor pois nós não sabe o que fazer Sem poder migrar sem poder sair Querendo chorar mas sem pensar em desistir Só a fé explica a força ainda restante do meu povo Mal tratado e humilhado por aqueles tais enxovos Faz tempo que é assim Lá em 1877 na vala dos mil mortos até os ossos se remexem Quem ouviu sentiu, quem sentiu rever A luta de um povo que só quer sobreviver Mas cadê a sorte? Quem era para dar ajuda é o mesmo que encomenda a morte Prepara pro bote Hoje não tem imunização Busco em minhas preces forças pra essa imunda ação É hora de cessar teu pranto É hora de cessar teu pranto É hora de cessar teu pranto Cessar teu pranto!