C
Hoje levantei cedo demais
G
Senti saudade tua meu pai
C G
Olhei pra cadeira onde mateava, tava vazia
E um silêncio tomou conta de mim
Quando na cabeceira da mesa
C
Tu também não tava
Então lembrei de minha infância
G
Não só do grande pai
Mas também do grande amigo
C
Do carinho que tu me dava
De teus ensinamentos
G
Que no momento nem tanto me importava
Mas era em ti que eu me espelhava
C
Agarradito em tuas bombacha foi que aprendi a ser homem
G
Aprendi a ser humilde pra não ser humilhado
Ser amigo dos amigos
C
Respeitar pra ser respeitado
G
Me ensinou a ter coragem para dominar meus próprios impulsos
E procurar tá sempre com a verdade do lado
C
Pois o mal só reponta os fracos
E esses por si já são derrotados
G
Não te preocupa com o que pensam de ti
C
Mas e sim com tua consciência
O homem é o que é
G
E não aquilo que qualquer um pensa
Tenha capricho em tuas atitudes
C
Como um pingo bem encilhado
G
Te não tenha medo de pedir desculpa quando estiver errado
E sempre que puder perdoar, perdoe
C
Sem se sentir derrotado
G
Pois feliz o homem, que tal a grandeza, que cruzou por cima do pecado
Não tenha vergonha de ter terra nas unhas
C
Mas a alma limpa como a vertente de um lajeado
G
Tenha compromisso, seja honesto, trabalhador
Justo e agradecido
C
E quanto mais longe for
Mais se lembre de onde tenha saído
G
Por mais que tenha vencido
Nunca cruze por cima
De quem tivesse caído
C
Pois mais vale um homem desarmado
Do que uma arma sem homem
G
Mais vale um pobre coitado do que um coitado de alma pobre
C
Na fumaça de um fogo de chão
Do velho galpão onde nós mateava
G
Ficou curtido o que tu me passava
Como a rainha de minha lembrança
C
Pra curar esta ferida
Pois tenha certeza meu velho
G
Que teus ensinamentos que me ajudaram
C
A conquistar um espaço na vida
Hoje levantei cedo demais
G
Pra pelo menos em pensamento
C
Matear contigo meu pai
