Ah, se o mundo inteiro pudesse me ouvir Como dizia o Tim, talvez eu pudesse sorrir Puxa essa cadeira, deixa eu desabafar Ver se essa mágoa do peito consigo arrancar Sonhar com um mundo sem miséria e dor Com o vento no rosto e o brilho do amor Sem polícia embaçando, só rolê com os irmãos Paz no olhar, pivete crescendo com educação Ver o lixo dar lugar às flores no chão E o choro virar lágrima de emoção Que o tempo pudesse rebobinar Apagar os erros e ensinar a perdoar Fantasia ou realidade, não sei, só Deus sabe Mas se sonhar ainda é de graça, deixa eu viajar nessa viagem Quero ver o Bruno, o Pedro, o Pablo sorrir Ser homens de bem, sem precisar fugir Que seus pais tenham saúde e direção E que o rap seja consequência, não ilusão Agradeço aos manos que sempre acreditaram Mesmo quando as portas se fecharam Minha mãe, meu pai, minha preta, minha Gi Com vocês eu aprendi a cair, e a subir Se meu sonho é louco, me deixa sonhar Ainda é cedo pra ter que acordar Fantasia ou realidade, não sei, só Deus sabe Mas se sonhar ainda é de graça, deixa eu viajar nessa viagem Queria um mundo sem fome e sem opressor Onde a única arma fosse a flor Que o nordestino fosse respeitado E o negro reconhecido, homenageado Que ninguém mais dormisse na calçada E a escola pública fosse valorizada Que a criança sorrisse com esperança E o adulto lembrasse como é ter confiança Que o carnaval voltasse pra favela E a bela passista se orgulhasse da pele dela Se a igualdade é sonho, me deixa sonhar Porque só sonhando eu consigo respirar Fantasia ou realidade, não sei, só Deus sabe Mas se sonhar ainda é de graça, deixa eu viajar nessa viagem