Sou brasileiro que nasceu na roça Num lar modesto, mas de muito amor E não me zango quando fazem troça Com meu sotaque do interior A vida toda vou falar uai, uai A vida toda vou falar ocê Assim falavam meu avô, meu pai Sou caipira, logo já se vê A vida toda vou falar uai, uai A vida toda vou falar ocê Assim falavam meu avô, meu pai Sou caipira, logo já se vê Ai que saudade do meu tempo de criança Correndo pelo pasto pra pegar a esperança Com um cabresto Eu armava um bardicacho Depois montava pelo, cavalgava pro riacho Aí então, eu voltava pro arraial Empinava a esperança Pra mostrar que eu era o tal Maria Rosa, a menina que eu gostava Sorrindo toda prosa, da janela me acenava A vida toda vou falar uai, uai A vida toda vou falar ocê Assim falavam meu avô, meu pai Sou caipira, logo já se vê A vida toda vou falar uai, uai A vida toda vou falar ocê Assim falavam meu avô, meu pai Sou caipira, logo já se vê Vim pra cidade, trabalhei e estudei E por isso, atualmente Já me chamam de doutor Mas o sotaque que eu sempre carreguei Não deixa enganar, eu vim do interior Mas não faz mal, sou assim, eu sou matuto Meu ocê não é fajuto Sai assim, ao natural E se me espanto, meu sotaque logo trai Pois surpreso, do meu canto Sem querer, eu digo uai A vida toda vou falar uai, uai A vida toda vou falar ocê Assim falavam meu avô, meu pai Sou caipira, logo já se vê A vida toda vou falar uai, uai A vida toda vou falar ocê Assim falavam meu avô, meu pai Sou caipira, logo já se vê