Estou envelhecendo e aprendendo a cada dia Que a vida é infinita mas só pra quem sabe viver Vejo-me um menino, tímido talvez, sonhador eu sei, feio também Mas de bom coração Meu pai era meu herói, minha mãe conselheira Ensinava os caminhos da vida, tudo pro meu próprio bem Mas foi-se o menino e ficou o homem Aprendendo as regras do jogo como peças de xadrez Eu não sabia jogar, atacar as peças no momento certo Covardemente perdi e dali saí Descendo a mesma estrada que outrora subi Meu pai tinha partido praquela distante estrela a brilhar no céu E minha mãe desamparada Sentindo o gosto amargo daquilo que chamam de mel Como sinto orgulho de meu pai mas minha mãe sente pena de mim A vida não devia ser assim, queria ir pra longe e não mais voltar Morar na mesma estrela que meu pai está Veja, agora estou aqui no relento sentindo o frio da noite E me aquecendo com uma caixa de papelão Agora sou como lixo largado no chão, sem mais nenhuma ilusão Quem olha pra mim, não sabe de onde vim mas sabe pra onde vou Estou envelhecendo e aprendendo a cada dia Que a vida é infinita mas só pra quem sabe viver