Eu fui daquelas almas que viveram Sem conhecer da Terra os paraísos Que somente a amargura dos sorrisos Pela noite das dores conheceram Não que eu fosse infeliz e desditoso Pois fui também humano entre os humanos E através dos meus dias, dos meus anos Se eu quisesse gozar, teria o gozo É que ao sentir no âmago do peito A atitude do homem nessa vida Coração enganado, alma iludida Afastado do Puro e do Perfeito O meu ser que sonhara a Humanidade Qual um ramo de flores perfumosas Viu as almas tremerem, desditosas Sob o peso da própria iniqüidade E isolado nos grandes sofrimentos De ser só, na aspereza dos caminhos Encontrei o prazer pelos espinhos Ao trilhar os carreiros dos tormentos Pois no mundo pequeno da minhalma Quando em dor me envolvia a desventura Eu vislumbrava a luz brilhante e pura Que me trazia a paz, bonança e calma Era a luz que me vinha da visão De ver o Cristo-Amor, entre cansaços E tinha então prazer de ver meus braços Enlaçados na cruz da provação