[Funkero] Eu sentado na praça Bicicleta de lado Com as fichas do fliper Aguardando bolado Cadê a porra do menor? Chegou, ia passar batido Gritou de longe: “coé, Vito, vem ver, deixaram um fudido!” Cova rasa largado no terreno em frente a encruzilhada Eu criança, nove anos e o defunto me olhava Olho aberto alguém falou: “não encara demais, olhar de morto é foda, te persegue e tira sua paz” De lá pra cá foram tantas lembranças que eu não queria Jardim Catarina, Santa Luzia Anos 90 eram vários cadáveres por dia Um monte de barriga vazia um monte de cabeça vazia Quem quer fugir se vicia acaba magro de anemia Estrada de chão, no caminho da escola encontrava os muleque de oitão Seis horas da manhã amanhece cedo pra ladrão Roleta russa do cifrão pista pegando fogo Quem passou de 18 sabe que nasceu de novo Meus amigos foram assassinado na média dos 14 Briga de baile 157 judaria um montão no 12 Fui criado desviando das balas Nunca conheci a paz de que tanto se fala Muita arma, muita droga, muita covardia Bem vindo ao genocídio nosso de cada dia Visão de cria, criminologia Aqueles olhos abertos me perseguem até hoje em dia quem diria Visão de cria, criminologia Querer paz sem justiça é utopia Paz sem voz, não é paz, é medo E essas armas não são de brinquedo Visão de cria, criminologia Querer paz sem justiça é utopia Paz sem voz, não é paz, é medo E essas armas não são de brinquedo [Gasper] Meu anjo andando armado Deixando o santo ocupado Onde eu nasci filosofia é canhão destravado Sou criminal no trabalho Mudar de vida é o caralho Pra vacilão tiro na testa A morte de aniversário Eu vim colhendo flores do lixo Vim pisando em solo restrito Pensamento em dois mil e cem Mandamentos antes de Cristo mutilado Igual minha quebrada Pelo dom tem vários no risco Com Funkero linha de frente Rap nunca mata serviço Libertando a mente Olho aberto não vira refém Despertando o monstro libertário que a minha mente tem Kit rajada nesses verso, vrau Bang-bang-bang-bang-bang Alguns na frente morre por ódio Mata o rei da porra do pódio Os menor de habilidade Seu talento tira do ócio O que destrói já vira negócio Poucos vence tipo Obama Din’ lucrado pelas viela Bem gasto em Copacabana Que se foda a cor da bandana Se tem grana várias te ama Pelo som mudando o universo Pesadão tipo negro drama Muda toda porra da trama Diamantes surge da lama Quem não vive a porra do sonho Vai morrer sonhando na cama [Funkero] Visão de cria, criminologia Querer paz sem justiça é utopia Paz sem voz, não é paz, é medo E essas armas não são de brinquedo Visão de cria, criminologia Querer paz sem justiça é utopia Paz sem voz, não é paz, é medo E essas armas não são de brinquedo [Vandal] Bota cara vá, que nós bota pra cantar Caminha não, parceiro, aqui nós bota pra voltar Bota cara vá, nós tá doido pra apertar É Salvador, parceiro aqui nós bota pra voltar Artilharia, criminologia É nós que pega nessa porra, então vigia (então vigia) Então vigia, abraça e confia Moeda pra favela, moeda pra família Cê tá chocado, não tem branco nessa rima Vai, sobe no passeio, é Vandal que tá na pista (tá na pista) Boy branco rima o crime e cês chama de arte Quando é um preto, cês tem medo e quer deixar de parte Eles falando de Gucci, eu falando de Nike Pobreza não repercute, riqueza fake é verdade B-R, no erro da incerteza Num dia nós tem comida, no outro só tem a mesa Visão de cria, eu amo cada Maria Respeita os morador, respeita hierarquia País sem voz, criança sem medo E você diz que depressão não é doença pra preto Olha no espelho, vê as marca da guerrilha Em cada cicatriz eu vejo sangue, é nostalgia Você me vê dos camelô aos condomínio Eu tô mais badalado que camisa da 1kilo De onde eu vim, assim, não dá pra vocês É headshot todo dia R.I.P all day Vocês armado nesses vídeo é airsoft Vandal armado é de verdade, run, corre