Querida mãe, querido pai
Que inferno é esse que vocês me fizeram passar
Crentes, enganadores
Dia após dia eu vivo a minha vida por vocês
Tentando me dizer o que é certo ou errado
E me escondendo disso que eles chamam de vida

Querida mãe, querido pai
Tudo que eu penso vocês desaprovam
Curadores, ditadores
Sempre censuram os meus movimentos
Crianças são vistas mas não ouvidas
Arrancando tudo que foi inspirado

Inocência
Tirada de mim sem a sua proteção
Realidade barrada
Tenho vivido cegamente

Querida mãe, querido pai
O tempo congelou o que ainda me resta ser
Sem ouvir nada, sem dizer nada
Não podem encarar o fato de que eu penso por mim
Nenhuma garantia, é a vida real
Mas eu amaldiçoo vocês por não me darem a minha chance

Querida mãe, querido pai
Vocês prenderam as minhas asas antes que eu aprendesse a voar
Não tocado, não mencionado
Eu superei aquela maldita canção infantil
As mesmas coisas que eu tenho sempre ouvido de vocês
Faça como eu digo, mas não como faço

Inocência
Tirada de mim sem a sua proteção
Realidade barrada
Tenho vivido cegamente

Eu estou no inferno sem vocês
Não consigo lutar sem os dois
Chocado com o mundo que vejo
Vítima inocente, por favor me salve

Querida mãe, querido pai
Escondido no mundo que vocês criaram para mim
Estou delirando, estou sangrando
Rasgando feridas em mim que nunca cicatrizam
Mágoa eterna é o que eu sinto por vocês
Vivendo neste inferno que ambos sempre souberam