Sobre o lusco-fusco da pampa em repouso A estância ainda dorme num catre de relva Que a mãe natureza estendeu na coxilha No oitão se espreguiça o velho cinamomo Onde o joão-de-barro ergueu uma morada Pra viver com a amada no pé da forquilha Nos bordões do vento sibila tropéis Que vem a reponte de era cavalo! Já aquerenciado na guela do piá Que já tá de ponta bem antes dos galos De peitito aberto lá atrás da canhada Com a cavalhada pra mode encilhar Nestas horas ermas num galpão de estância A alma se abanca junto a um pai de fogo Pra amarguear saudades num fundão de campo E o rádio de pilha encurta distâncias Num chamamezito que sai porta afora Chamando as canoras, pra afinar o canto Com os olhos cravados no braseiro morno Bombeio a fumaça que dança em figuras Silhuetando imagens da china querida Que distante sabe que um peão diarista Vive teatino com a alma em pedaços Alugando os braços pra ganhar a vida E o dia levanta com cara de sono Vem tirar o freio no orvalho da quincha E provar o apojo de um mate virado Uma cigarra canta, um guaxito berra Pra saudar a aurora e lembrar os campeiros Que o sol de janeiro vem loco de brabo Sou resta de cerno, fumeca cavado No escombro de cinzas que o consciente avisa Que o fogo morreu, mas o resto está vivo É chegada alçar a perna Meu mouro encilhado lá fora me mira E a cuia suspira, num mate de estribo E a cuia suspira, num mate de estribo