Botas de ferro sobre a pedra ensanguentada
Caminho onde reis já sentaram solitários.
Suas bandeiras apodrecem, seus tronos empoeiraram
Mas ainda pregam com confiança quebrada

O ouro que usam foi forjado de mentiras
Um reino governado por álibis
Nenhuma justiça vive onde o silêncio prospera
Mas eu retornei — e caminho viva

Eles cinzelaram meu nome de cada muro
Depois amaldiçoaram o eco da minha queda
Mas sussurros florescem nos salões destroçados
E agora eu marcho, embora ninguém ouse me chamar

Que eles se ajoelhem pela mudança
O fogo caminha sem corrente
Nenhuma espada pode deter este acerto de contas
Nenhuma coroa sobrevive à chama
Seu silêncio certa vez me coroou em dor
Agora que sufoquem em seu reinado vazio

Sua justiça veste uma face de luto
Mas esconde a lâmina sob a graça
Eu carrego feridas que não podem apagar
Provando que superei a desonra

Não sou rainha, não busco trono
Marcho por cada voz desconhecida
Já não sou mais um fantasma, ou mesmo pedra
Essa marcha é minha, e minha apenas

Que eles se ajoelhem pela mudança
O tempo deles passou, suas leis corromperam
O eco da chama permanece
E caminha por cada cela
Nenhuma bandeira se ergue, nenhuma trombeta soa
Ainda assim eu marcho através da coroa vazia