Eu vou me mudar pra fazenda Que a urbe que ilude, só me desilude Com medo do trânsito do asfalto E de assalto, sem ter quem me ajude Eu quero uma casa de alpendre Com bichos no pátio, com peixe no açude Me basta Sol a céu aberto E uma escola perto que meu filho estude Antes que me mudem tudo Eu mudo e tomo uma atitude Reúno a família e me queixo Eu deixo a cidade e não deixo Que a minha origem mude Numa casa de campo Eu sonho anoitecer com lua e luz de pirilampo Eu largo a metrópole do medo e sem medo eu acampo Numa casa de campo, numa casa de campo Prefiro me acordar com o galo Que não tem relógio, mas desperta a gente Tomar o meu leite composto Sem gosto de água e bem quente Na roça sepultar os grãos E assistir o parto sem dor da semente Com água de pote e toneis Lavar os meu pés sentado ao batente E a tarde nos últimos ensaios Dos raios do sol do poente Eu volto um milhão pra voltar Eu quero custe o que custar Morar novamente Numa casa de campo Que eu possa ligar pra os vizinhos Sem esculta e grampo Preciso falar com pessoas que dizem relampo Numa casa de campo, numa casa de campo