Campos cobertos de trevo Cerca fina e boa aguada Uma mangueira de pedras Chão sacrossanto da eguada Galpão de quincha pro norte Com parapeito pra encilha Onde a peonada campeira Trata o lombo da tropilha Uma tordilha gaviona Refugadora e coiceira Relincha e corre a cuscada Sob os listões da porteira Um doze-braças se abre Fazendo-a trocar de ponta E a peonada já se agarra Para um acerto de contas (Nestes fundões do Rio Grande O tempo encurta distâncias E a vida quase que pára Num belo quadro de estância) Égua do lombo encardido Traz o demônio no rastro Bufa e se atira no chão Sentindo o peso do basto Duas esporas com fome Saem batendo cruzadas E o mango amacia a tala No lombo desta aporreada É assim que passam a vida Por mais distante que andem Gastando cordas e bastos Pelos fundões do Rio Grande Nesta sina de campeiro Sem ter lugar pra morada Passando a vida e o tempo No lombo da bagualada (Nestes fundões do Rio Grande O tempo encurta distâncias E a vida quase que pára Num belo quadro de estância)