Para quem quer se soltar Invento um cais Invento mais que a solidão me dá Invento Lua nova a clarear Invento amor e sei a dor de me lançar Teus poucos anos de vida Valem mais do que cem anos Quando a morte é vivida E o corpo vira semente De outra vida aguerrida que morre mais lá na frente Da cor de ferro ou de escuro Ou de verde ou de maduro Não me esqueça, amigo Eu vou voltar Corre longe o trenzinho ao Deus dará No sertão da minha terra Fazenda é o camarada que ao chão se deu Fez a obrigação com força Parece até que tudo aquilo ali é seu Ê morena quem temperou Cigana quem temperou O cheiro do cravo? Ê cigana quem temperou Morena quem temperou A cor de canela? A Lua cigana A trança do vento O ventre da noite E o Sol da manhã A Lua cigana A dança dos rios O mel do cacau E o Sol da manhã E o Sol da manhã Solto a voz nas estradas Já não posso parar Meu caminho é de pedra Como posso sonhar? Sonho feito de brisa Vento, vem terminar Vou fechar o meu pranto Vou querer me matar Estamos na era das Apollos. Viemos de muito longe e tudo estava muito mudado Uma estrela de três pontas, de nascimento Milton fazia a sua grande travessia Nosso tributo a um outro grande astronauta que se lança e lança ao espaço canções lindíssimas. Do nascimento Milton, um mineiro e sua Turma da Esquina Você pega o trem azul O Sol na cabeça O Sol pega o trem azul Você na cabeça Você na cabeça Você pega o trem azul O Sol na cabeça O Sol pega o trem azul Você na cabeça Você na cabeça Quisera encontrar a moça que ficou No mar de Vera Cruz No pranto que chorei No norte que perdi nas coisas de um olhar Ah, quisera eu esquecer a moça que se foi No mar de Vera Cruz As coisas de um olhar