Que saudade do meu cabelo! Daquele tempo qu'eu chacoalhava... Minha mãe não gostava, dizia ser coisa De vagabundo. Os caretas de longe apontavam E perguntavam porquê tudo aquilo. Mas as garotas me achavam o tal - O marginal! legal! Já sabia o que todos pensavam de mim. Meu caminho estava escrito do início ao fim. Mas chegou o dia em que a tesoura dançou Na minha cabeleira e hoje eu não sei mais quem eu sou. Devo estar sendo um baita proletário Na escuridão de parecer bom moço, Correndo atrás de gastar meu salário E aliviar o frio do meu pescoço.