Vou contá pra quem não sabe Tudo quanto eu já passei Desde o dia que eu me casei Com a Rosinha do sertão Nóis vivia muito contente Sem saber que a negra sorte Tão cedo mandasse a morte Me trazendo a desilusão A Rosinha era tão boa Tão alegre e carinhosa Por isso chamava Rosa Rainha de todas as flor Nóis casemo no São João Foi bem no meado do ano Tive logo um triste engano A Rosinha me deixou Naquela mesma igrejinha Onde foi a nossa união Ela entrava num caixão Pra fazê sua despedida No sair tocava o sino Num triste som que embalava Parecia que ele falava Adeus Rosinha querida Na vorta do cemitério Quando cheguei no meu rancho Vi que o meu cavalo Pancho Começava a relinchar Parecia que o meu cavalo Perguntava da patroa Aquela alma tão boa Que foi pra não mais vortá Meu rancho no pé da serra Ficou só sem moradô Que lembrança desse amô Guardo aquele branco véu Que ela cobriu a cabeça Igual a Virgem Maria Rezo e peço todo o dia Um lugar pra ela no céu