Faz tempo que o tempo tende a me modificar Traçando, contornando, contorcendo, revirando E definindo um novo eu Mas eu que estou na direção O lápis, a borracha e a coleção faber-castell Estão nas minhas mãos Sentado à mesa já não vejo com clareza Se ainda há beleza pra poder redefinir Os traços do meu rosto eu comparo com o esboço E contornando o meu pescoço eu começo a colorir Redefinição Traço a linha que eu quiser Sem limitação Venha o que vier Redefinição Traço a linha que eu quiser Sem limitação Me refaço haja o que houver Sei que cada folha que eu amasso Pode se perder no espaço E deixar de existir Mas ignoro esse pedaço Pra evitar cair num laço E buscar me redefinir Me olho no espelho e já não me assemelho Com a foto de janeiro e ainda é abril E não me dando conta o meu lápis quebra a ponta Mas a imagem já está pronta e tudo se redefiniu Redefinição Traço a linha que eu quiser Sem limitação Venha o que vier Redefinição Traço a linha que eu quiser Sem limitação Me refaço haja o que houver Redefinição Traço a linha que eu quiser Sem limitação Venha o que vier Redefinição Traço a linha que eu quiser Sem limitação Me refaço haja o que houver