Desacato a minha noite absoluta Os traumas dos dias insanos A memória inunda a mente bruta Com o velho chumbo dos anos Desacato minha sentença medonha Na falsa viagem do punho rude Retenho a dor que o carrasco sonha Na miragem triste da lua no açude. Na remota tarde fatal Foram tuas as palavras cruas Na passeata pela central Sangrou o vapor das ruas Ali em meio à turba Me ensinaste a lutar E entre o sangue e o pó Acatei o teu sonhar Enfrentei o tempo tirano Que amarela retratos Entoando em avenidas Teu hino de desacato Por isso acato esses versos Que me vêm em louvação Certo de que teus ideais Reais um dia serão Pois sonhos de tanta gente Não podem ter sido em vão...