Saindo de casa bem cedo na beira do caos E para viver é preciso fingir que é normal Dirigindo o meu carro velho pela marginal O cheiro de merda do rio é o cartão-postal De calcinha está me esperando há mais de uma hora Sem água não vou colocar a língua pra fora Sem água não dá pra fazer amor Sem escovar o dente o bafo de onça é total Na rua eu sinto o cheiro de bacalhau Cuidado para não tomar coliforme fecal Diarreia no centro de sampa é anti-social Volto pra casa e a água acabou de verdade Assim vamos diminuir nossa intimidade Sem água não dá pra fazer amor