Tem pra cada pele um perfume Tem pra cada cela um ciúme O sabor da boca que não come O olhar do homem que não cede Tem pra cada medo um cardume Um espelho cego, um tapume Um amor inverno que não dorme Um segredo velho sem um nome Olhe pra cima Olha quem se anima Não é tua asa Nem a tua sina Pegue pelo braço Tire o teu pedaço Desafie o aço Trave a guilhotina À primeira vista Não parece tarde Nem a tempestade Dorme na cortina Entre nós e ela Presa na janela Tua vida aquela Bate na retina Tanto fez, tanto faz Quanto deu, quem dá mais? Quem não leu meu cartaz Esqueceu como faz Não fui eu, faltou gás Um vapor, quem me traz? Enterrei meus quintais Já morri nos meus pais Levo o meu cadáver companheiro No meu céu covarde sem cruzeiro Coração de rio que não quero Meu olhar vazio meu castelo Não há quem me diga Quando que termina Onde bate a água Quando se aproxima Minha eternidade Já pediu passagem Já matou a tarde Atrás da neblina Tanto fez, tanto faz Quanto deu, quem dá mais? Quem não leu meu cartaz Esqueceu como faz Não fui eu, faltou gás Um vapor, quem me traz? Enterrei meus quintais Já morri nos meus pais Tanto fez, tanto faz Quanto deu, quem dá mais? Quem não leu meu cartaz Esqueceu como faz Não fui eu, faltou gás Um vapor, quem me traz? Enterrei meus quintais Já morri nos meus pais Já morri nos meus pais