Jurado de morte pela justa o malandro bem sabe o que lhe custa três gatos pingados, a escopeta e esperar pelo instante final O morro cercado, sem saída, uma pá de meganha na subida revistando a moçada, pente fino, na caça de um marginal. Vem um e diz coitado o outro acha bem feito pra um é um cabra de peito pra outro um nego safado. Lá embaixo, quem tem, se tranca, a imprensa fala da renda, Senado quer uma emenda e o povo pede "mão branca". Fogo, bala, o corpo jaz e quem vê não vê, não fala, vela, era um rapaz da favela que uma vez jogado, sem volta, nesse mal, agora, vai pro médico legal. No dia seguinte, nó desfeito, o malandro tem o seu direito: três palmos de terra, cova rasa, e a notícia no jornal.