Vou cantar, deixe o tempo mostrar O amor libertar o perdão negra verdade! Meu samba vai navegar e não há dor nesse mar Eu vou cantar quando o vento soprar As folhas caídas no chão negra verdade! É flor que nasce na Primeira Estação Eu me enfeitei, pintei a alma e trancei nagô Quando um cortejo afro me levou, fui da Mangueira ao Pelô Oyá chamou e o povo desce a ladeira Bate o tambor e levanta a bandeira Ó não me pegue não pois o meu coração é a liberdade Eu vejo no espelho uma preta rainha, no ritmo da procissão eu vou Tem fogos no céu, num feitiço teu filho renasce entre nós Clubes passavam e o brado se ouvia ilusão ou realidade? Não podem prender minha arte e calar nossa voz Ê lá vem Badauê! E o Ghandy olha lá! Preparei o padê e entrei no ijexá Na força do Ilê, no toque da Didá As deusas de pérola negra No gueto, na rua e na fé vou seguindo a pé o som da revolução Muzenza e Malê de Balê, filhos do mesmo axé são cores na multidão No trio, a mistura que arrasta Quem dera a fantasia fosse eterna Da avenida ao encontro na Praça O Olodum pirou de vez com a Timbalada Mangueira, o Rio de baianidade E quando amanhece a cidade, que esplendor! Te vejo nos braços do meu Salvador Nega baiana me diz se foi Iaiá quem mandou Vestir na pele o verde e rosa pra Ioiô