No azul mais bonito eu quero voar No branco da paz me deixo levar Em tom verdejante exijo respeito Tá aqui uma banana Pro seu preconceito Jogado ao limbo Sob olhar voraz da cor Quem provou desse dissabor Sabe bem o que digo, irmão! Algoz da evolução Trama novas correntes Ardor intermitente Expõe as cicatrizes da nação São marcas atadas no alento da fé Primatas perseguem o povo do axé Meu sangue tinge de vermelho O matiz social A negritude clama resistência Contra o preconceito racial Banana ouro, banana prata Reluz na quitanda Preta quituteira Traz o brilho de aruanda Negro ganha alforria Pra acordar de madrugada Vai vender no trem das cinco A famosa bananada Ô em comunhão Todas as crenças se libertam Nobre reinado à festejar Com arte, experimento Pelos palcos a magia O samba louva Em seu quilombo a poesia Brota da terra A candeia dos meus ancestrais Enquanto a cor da pele for Mais importante que o brilho no olhar A minha Rocinha jamais deixará de lutar