No princípio, o verbo amar Com que Deus há de criar Abundância e beleza E o ser humano natural à natureza Livre como o vento da manhã Sobre a terra, sua irmã Sua vontade é sua verdade Faz do jardim paraíso Sem contar para isso Com nada além do que vê (E o que ele vê?) Vê o vermelho da vida Encarnada ferida Sob o barro do ser Lá vem Salgueiro A Academia Traz pra avenida o evangelho de João Esfarrapados De alegria Num só delírio, resistência e redenção Mas seduzido pela tentação Terá sido culpado ou não De provar o pomo de Adão? E ir além dos limites originais Se achando Deus dos mortais Cometer os pecados capitais Preso em si como um tirano infeliz Quem te nomeou meu juiz? Toda vida revida se não for vivida como se quis Basta, cavaleiros das trevas se afastem da luz! Basta, deixa que eu me encarrego da graça e da cruz! Amanhã tua guerra chega ao final Tua praga nem foi fatal Quem sofreu na miséria vai gozar no carnaval Quando enfim nosso sonho triunfará Quem nunca deixou de enfrentar A injustiça e a opressão Deverá alcançar seu lugar Prometido, sagrado, primeiro No paraíso vermelho chamado Salgueiro O paraíso vermelho chamado Salgueiro Meu paraíso vermelho chamado Salgueiro