Kirimurê da ave encantada Lá na Baía vejo o céu beijando o mar Nessa maré singraram gritos de agonia Heresia do opressor Que ludibriou com mente sorrateira Encontrou rabo de arraia, meia-Lua e ponteira Ao Sol da liberdade Eu peço proteção Barril dobrado contra a invasão Tem santo em todo lugar Na pedreira ou na igreja, no terreiro e no altar Sou de todos os Santos e marés Balançando no Bonfim, gameleiras e axés E se tem peixe no mar eu vou E joga a rede no mar pescador Marujada, cana brava no mercado modelo Tem dança, dendê e pimenta de cheiro E o povo faz o seu reinado, coroado, Salvador Carrego todo Ouro Negro, reconvexo de amor Entrego a coroa de todos os Reis Navegantes viajando por terras Malês Ó paí, ó, para a vida ser melhor D’Ajuda ou um sinal, quando o sino badalar é carnaval Ó paí, ó, faz da vida um farol O Borel é a baianidade a festejar a felicidade É onda que vai, é onda que vem E nessa onda a Tijuca vai também É onda que vai, é onda que vêm No samba da minha terra a Tijuca vai também