A Tijuca te chamou pro canjerê Samba de roda na ribeira ilê aiyê Água de cheiro pra benzer no pôr do Sol E festejar lá no farol Sou kirimurê Nasci da lenda da ave encantada Sou kirimurê dos tupinambás, as águas sagradas A mãe dos peixes e tantos encantos Baía de todos os santos Terra que o mundo seduz Batizada pela lusitana cruz Desperto a cobiça e a invasão Povo arretado, heróis de luta Barril dobrado na disputa Navegam glórias nas ondas de revolta do meu mar E no balanço da maré A luz dos orixás A reza no Bonfim, amém nós rituais A prece em louvor No toque do axé do meu tambor Vento êêê nas velas de um pescador Vai trazer êê fartura que nunca faltou Joga capoeira, dança marujada Brilha Lua cheia, no meu espelho d”água Na feira tem de tudo pra vender E no tabuleiro da baiana tem dendê No fundo do mar mistério, riqueza e magia É aioká cercado por pelas ilhas Iemanjá receba as águas de oxum Pra desaguar no coração de cada um