A rosa que a sorte escolheu Sou eu! Viradouro vem exaltar Maria! Não sou uma santa qualquer Lugar de mulher (lugar de preta) É onde ela quiser Logo eu, a flor courana de Benim Numa fúria o vento arranca pétalas de mim Minha sina é revelada Fico em transe, atormentada Sou lançada ao mar da solidão Sob a cálida água benta, rio quem me batizou Quem me trouxe a cruz divina Também trouxe muita dor na serra da Mantiqueira A fome de ouro anseia Me vender a um tal senhor ôôô Corja insolente tão devota da ambição Elegeu a sociedade forjada nos grilhões da escravidão No terrão da cata preta, saia gira sem parar Firma o tambor do acotundá Feitiçaria, sete peles, possessão? Em Maria Madalena, o amor traz salvação Destino, santifica o manto Fundamento, acalanto, um caminho a ensinar No rio, canjerê e sacristia Antropofagia da fé a formar esse país Meu fardo se rende ao luso bastião num fado Oxalá as águas lavem do pecado Aflora a imaculada redenção Retinta seja uma nação que luta contra a intolerância Espelha a África de quando era criança Reescreve o meu Brasil