Quando a angústia esconde a chave e fecha a porta E a esperança assume que está morta O flagelo é diário e constante O sabor da boca é amargo e cortante Não há instinto que te salve Não há instinto que te salve Caso as lágrimas encharquem suas roupas Caso o atoleiro esgote suas forças Caso nada nessa vida lhe conforte Caso a ferida aumente após o corte Não há instinto que te salve Não há instinto que lhe salve Quando as pedras despencarem das encostas E a cruz cair pesada em suas costas Quando as cores desbotarem pelas águas E as flores sucumbirem pelas mágoas