O mundo de antigamente Era cheio de ingratidão Os filhos seguiam os pais Pela mesma profissão, O filho de um boiadeiro Tinha que ser um peão O filho do fazendeiro Lidava com criação E os filhos do roceiro Morria carpindo chão Dizem que antigamente A muitos anos atrás Os filhos dos criminosos E também dos marginais, Cresciam com aquela mancha Manchados pra nunca mais O filho de um condenado Pode ser um bom rapaz Não deve julgar o filho Pelo erro dos seus pais As moças também casavam Com moços desconhecidos O pai arranjava o noivo Para ser o seu marido, O amor de hoje em dia É livre desimpedido As moças é quem escolhe O seu noivo preferido Se o pai não consentir Tem casamento fugido Vejo com meus próprios olhos Que o mundo está mudado Tem gente plantando roça Mas tem seus filhos estudados, Lá na roça também nasce Os grandes homens letrados Conheço muitos caboclos Que tem filho diplomado São homens que podem ser Até governador do estado O meu pai era roceiro Mas gostava da viola Ele fez tudo por mim Tirou da roça e pôs na escola, Eu queria ser violeiro E pro estudo eu não dei bola O meu ginásio foi o mundo Onde a minha fama rola Por este brasil inteiro Meu nome é campeão da viola