Cinza, cinza O dia em agonia Lia, eu lia Na praça tão vazia Fria, fria A tarde que me esconde Onde, onde Migalhas de alegria Cinza, cinzas Do dia que entedia Ia, eu ia Fechado em meus anseios Feios, feios Os corpos pela rua Nua, crua A carne da poesia Tão só Num dia sem fim Há tanto tédio nos prédios Dessa cidade Cinza, cinza O dia me anuvia Via, eu via O mal-estar de tudo Surdo, mudo O mundo consentindo Rindo, caindo No limbo mais imundo Tão só Num dia sem fim Há tantos prédios no tédio Dessa cidade Nenhuma troca de olhares Pela cidade