Quem nasce pra ser vaqueiro Traz o destino traçado Não quer saber da cidade Só vai se for obrigado Prefere viver no campo Sentindo o cheiro do gado Com cinco anos de idade Bem cedo está no terreiro Na porteira do curral Ele é quem chega primeiro Decora o nome das vacas Sem perguntar pra o vaqueiro Com dez anos de idade Aprende aboiar também Cuida de bezerro novo Como quem cria um neném Adquirindo a coragem Que todo vaqueiro tem Com quinze anos já tem A primeira namorada Bebe a primeira cachaça Dança um forró de latada Em pouco tempo já é Campeão de vaquejada Com vinte anos de idade Traz marcas da profissão Uma cicatriz no rosto Calos de sangue na mão E a pele é da cor da sola Da perneira e do gibão Com vinte e cinco de idade Não tem medo do trabalho Corre atrás de boi valente Pula cerca, torra galho Pega no rabo é derruba Amarra e bota o chocalho Com trinta anos de idade Da fazenda é o gerente O gado lhe avista e berra De maneira comovente Querendo dizer seu nome Do mesmo jeito da gente Com trinta e cinco de idade É campeão de corrida Ganhando palma é troféu Mulher amigo e bebida E a fama lhe colocando Na melhor fase da vida Com quarenta de idade Começa perdendo espaço A vista ficando curta Uma dor no espinhaço E o reumatismo nas juntas Tirando a força do braço De quarenta pra cinquenta O caminho fica estreito Com sessenta de idade Só tem saudade no peito O coração magoado Recordando de um passado Que pra voltar não tem jeito O coração magoado Recordando de um passado Que pra voltar não tem jeito