Que tua boca deflore A louca paisagem de um Deus Que os versos sangrem sussurros não-humanos Sobre tuas folhas Que teu coração estremeça Sobre um relógio de seio morte Que a essência de um verso penetre teu ser Com fogo e frio E que a realidade não te corrompa de voejar em teus sonhos Que os astros apaguem teus rastros das sombras Que sinta o escurecer e a madrugada Com ar e perfume de solidão e medo Que teus olhos divisem fantasias não pensadas Teu lábiar e teu olhar – dignos da eternidade E da mais simples poesia