Enquanto eu esperava, pensava em prometer-te Um anel de cobre, uma chama acesa Uma zona nobre, uma clarabóia Sentada na pedra, na porta da rua No degrau de baixo, eu vivia lua E por ter esmero andava a galope Pela noite adentro bêbada de chuva Eu pensava e era um fio da esteira Uma curuminha, uma lua rasa Quanto mais escura, quanto mais à beira Quanto mais à vista, quando mais alada Enquanto eu esperava pensava em prometer-te Uma jóia linda, um laço de fita Uma flor formosa, uma paz infinda Te entregava a tarde e a manhãzinha Rajadas de vento e a calmaria Primavera inteira sem melancolia Quando eu era leve não pensava tanto Quando eu fui perdendo o que eu não sabia Me tornei ao norte, despedi-me ao sul Recriei distante o que eu sou e fui Hoje eu olho o verde que ainda floresce Me prometo à noite renascer no dia Quando eu fui inteira sem pensar em nada Eu andava livre não te esperava Eu não te perdia, nem te procurava! Lá eu era a chuva E a clarabóia A porta da rua E o degrau de casa