Todo tempo tudo tem estado
Tão estático, parada
Que o tédio toma conta do tapete
Da parede e até o teto
Todo tempo tudo tem estado
Tão hermético, fechado
Que o sufoco toma conta do safado
Do sacana e do malandro
Todo tempo tudo tem estado
Tão estupido, patético
Que o sangue toma conta dessas telas
Dessas danças, dessas cenas de favela
Todo, tempo
Tudo, parado
Hermético, fechado
Patético, errado
Que o tédio, o sufoco
E esse sangue são símbolos
Os signos dos nossos tempos
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