Naquela rua de cimento e ferro escondia-se um pé-de-araçá
Em meio ao mundo de trabalho e trânsito achei aquele pé-de-araçá
Sorrindo pra mim
Carregadim
Me deu vontade de apanhar
E tinha cada bitela
Que há tempos não via
Me vô não ia acreditar

Dama-da-noite, a negra e branca dama apaixonou-se pelo pé de araçá
Em meio ao mundo medo assalto e pânico a dama apaixonou-se no araçá
E olharam pra mim
Os dois jumtim
Deu inté vontade de chorar
Só tinha eu na viela
E a cena mais bela
Meu vô não ia acreditar

Sem medo de ser feliz
Eu não deixo a cidade me escravizar
Tanto é que eu percebi no meio da fumaça um pé-de-araçá
Em fruta
Apaixonado e pronto pra se dar à dama
Que deu a noite infinita ao pé-de-araçá

Cheiro do perfume
Gosto, sabor
Uma noite tão despetalada, tão de bom humor
Semente pra todo lado
Folha, galho, flor e núpcias
Núpcias

Meu vô não ia acreditar
Meu vô não ia acreditar
Um pé-de-dama-do-araçá
Um pé-de-dama-do-araçá
Meu vô não ia acreditar
Um pé-de-dama-do-araçá