Tu que me moras
que habitas comigo a mesma casa
e na ponta dos pés às seis horas
vais embora de sob a minha asa
Tu que me motas
que cuidas da minha dor de cabeça
e que vais retirando as escoras
que sustentam os medos que eu teça.
Tu que me mimas
que me beijas os sinais dos rastros
que enlouqueces preso às minhas crinas
quando estamos voando nos astros.
Tu que me moras
que me curas da febre em que ardo
dentro de ti caminha um leopardo
que luta com a solidão.
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