Delicado o sol atravessa as folhas
E uma saia rodada de luz se forma
A figueira agradece sem ter escolha
O vestido dourado que lhe contorna
E debaixo da saia o menino dorme
Mas dentro do menino um mundo acordar
E com luz mas sem ouro que o contorne
Se transforma em rio e feliz transborda
E é como se outro sol
Despencasse do olho do sol
E daqui te vejo com a carne nua
Tentando guardar a madrugada
Debaixo da roupa rasgada
Pregando as noites nas poças da rua
Prevejo
Tua vontade louca desvendada
Testemunho tua boca escancarada
Mordendo a beira da lua
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