Entenda o que é melofobia, a fobia de música
Neste material especial, você confere tudo o que envolve o tema da melofobia, a síndrome que faz com que pessoas tenham pavor de escutar música.
Para quem ama música, melodia e qualquer som que forme um ritmo, é muito difícil entender quem não gosta. Afinal, são vários os benefícios do consumo musical, que vão desde o estímulo à memória ao combate de dores crônicas.
No entanto, você sabia que existe uma fobia associada a isso? Mais especificamente, pessoas que sofrem de verdade quando escutam uma música?
Pensando nisso, considerando que as canções fazem parte do nosso DNA, decidimos falar sobre o que é melofobia. Não só para conscientizar, como também para oferecer apoio a quem sofre dessa condição.
O que é melofobia?
Se você já ouviu falar de alguém que não gosta ou que prefere ignorar a existência da música, saiba que pode estar associada à melofobia. Ela nada mais é do que uma condição neurofisiológica pouco compreendida, mas muito mais real do que você imagina.
As pessoas melofóbicas têm características físicas peculiares que fazem com que elas sejam especialmente sensíveis a mudanças bruscas de timbre e tom. Os laços emocionais com a música são a principal causa para o desenvolvimento da condição.
Desse modo, uma canção pode ser o gatilho emocional que conduz o indivíduo melofóbico de volta a um lugar de medo ou tormento.
Quais são os sintomas da melofobia?
Entender o que é melofobia pode também nos ajudar a compreender e lidar melhor com os sintomas. Isso porque, assim como toda fobia, ela possui diferentes graus de intensidade. Como dito anteriormente, a música age como um gatilho, que pode causar bastante sofrimento.
Lado a lado, a pessoa com melofobia pode ter dificuldades de desenvolver as mais variadas formas de interação social. Ainda mais porque a música está presente em todos os locais e de inúmeras formas.
Neste sentido, alguns dos sintomas mais comuns são:
- insônia;
- elevação da frequência cardíaca;
- ataque de pânico;
- falta de ar;
- náusea;
- tremedeira;
- choro;
- gritos;
- tontura;
- vontade de fugir;
- perda de controle.
Quais são as causas da melofobia?
Em uma entrevista à Vice, a Dra. Marsha Johnson, audiologista e diretora clínica, revelou que a fobia costuma estar associada a uma experiência negativa. Por exemplo, uma pessoa que vai a um show que o som está alto demais. Como resultado, ela acaba tendo tinnitus (zumbido no ouvido) por semanas.
Por sua vez, a longo prazo, o contato constante com um instrumento demasiadamente barulhento pode resultar em hiperacusia. Por consequência, a vítima passa a sofrer dores que se intensificam a cada nova exposição.
É importante compreender que a pessoa que sofre pela condição normalmente recebe estímulos maiores que a média. Por essa razão, algo tão bom quanto ouvir música pode se tornar a pior das torturas.
Imagine só o quanto tudo isso pode ser difícil. Ainda mais porque uma fobia costuma nem ter hora nem dia para aparecer.
Como saber se tenho melofobia?
Ainda não existem testes que comprovem a existência ou não da melofobia. Sendo assim, o diagnóstico é feito a partir da análise dos sintomas. O principal sinal costuma ser o medo ou a ansiedade provocada por só pensar em música.
Isto é, você não necessariamente está ouvindo uma canção, mas já está angustiado e apreensivo com o simples pensamento.
Mesmo que, em muitos casos, a vítima saiba que tudo o que está sentindo não faz sentido, ela não consegue controlar. Todo o seu corpo reage à mínima exposição. E, dependendo do grau da fobia, a pessoa pode desde suportar volumes mais baixos até não tolerar nenhum estímulo.
Como tratar a melofobia?
Infelizmente, a melofobia ainda não tem cura. O que podemos fazer, da mesma forma que quase toda fobia, é tratar os sintomas. Ou seja, criar mecanismos e formas de aprender a lidar (não controlar) o distúrbio. Desse modo, o tratamento é feito com o apoio de um psicólogo e, em alguns casos, de um psiquiatra.
Não tente tratar a condição em casa, visto que pode piorar ainda mais os sintomas. Por mais simples que possa parecer, a mente humana é complexa. O uso de metodologias não qualificadas pode causar traumas para toda a vida.
Por outro lado, enquanto pessoa que sofre pela condição ou conhece alguém, é importante saber o que é a melofobia e como tratá-la. Logo abaixo, vamos falar de duas das metodologias de tratamento mais comuns.
Terapia de exposição
Na terapia de exposição, com o acompanhamento de um terapeuta, a pessoa que sofre da fobia é exposta a música. Em diferentes graus de intensidade, a proposta desse tipo de tratamento é ajudar o paciente a entender a sua ansiedade e aprender formas de lidar.
Logo, a proposta não é controlar os sintomas nem erradicar as ocorrências, mas sim oferecer instrumentos para que a pessoa possa lidar quando algo assim acontece.
Em paralelo, vale lembrar que um procedimento assim é feito de forma gradual. O profissional acompanhará todo o processo, avaliando quando é possível aumentar o estímulo e o que está acontecendo.
Reestruturação cognitiva
Em síntese, o objetivo da reestruturação cognitiva é trabalhar as crenças limitantes relacionadas à música. Ou seja, refletir, debater e encontrar novas respostas com o apoio de um especialista sobre o que tudo significa. A partir disso, ressignificar memórias e auxiliar no tratamento.
Neste contexto, as técnicas de relaxamento costumam ser importantes aliadas. Tanto por ajudarem a lidar com a ansiedade do processo quanto por auxiliarem a ressignificar o ato de ouvir música.
E aí, gostou do conteúdo? Você sabia o que é melofobia e como ela impacta na nossa vida? A verdade é que, por mais que a fobia seja antiga, ela ainda é pouco debatida e compreendida.
Pense só: a música esteve presente desde o início da nossa sociedade, mas ainda não temos uma cura da fobia relacionada a ela. Nesse sentido, a conscientização se torna ainda mais importante para ajudar quem sofre com isso.
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Ayllana Ferreira
Jornalista apaixonada por conteúdo. Curiosa nata, geek e apaixonada por tudo o que envolve cultura. Escreve para o Cifra Club desde dezembro de 2021.