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Entenda o que é melofobia, a fobia de música

Neste material especial, você confere tudo o que envolve o tema da melofobia, a síndrome que faz com que pessoas tenham pavor de escutar música.

Homem jogado na cama de fone de ouvido com a mão no rosto expressando angústia e desconforto
O contato com a música pode ser uma experiência bem ruim para algumas pessoas (Foto/Pexels)

Para quem ama música, melodia e qualquer som que forme um ritmo, é muito difícil entender quem não gosta. Afinal, são vários os benefícios do consumo musical, que vão desde o estímulo à memória ao combate de dores crônicas.

No entanto, você sabia que existe uma fobia associada a isso? Mais especificamente, pessoas que sofrem de verdade quando escutam uma música?

Pensando nisso, considerando que as canções fazem parte do nosso DNA, decidimos falar sobre o que é melofobia. Não só para conscientizar, como também para oferecer apoio a quem sofre dessa condição.

O que é melofobia?

Se você já ouviu falar de alguém que não gosta ou que prefere ignorar a existência da música, saiba que pode estar associada à melofobia. Ela nada mais é do que uma condição neurofisiológica pouco compreendida, mas muito mais real do que você imagina.

As pessoas melofóbicas têm características físicas peculiares que fazem com que elas sejam especialmente sensíveis a mudanças bruscas de timbre e tom. Os laços emocionais com a música são a principal causa para o desenvolvimento da condição.

Desse modo, uma canção pode ser o gatilho emocional que conduz o indivíduo melofóbico de volta a um lugar de medo ou tormento.

Quais são os sintomas da melofobia?

Entender o que é melofobia pode também nos ajudar a compreender e lidar melhor com os sintomas. Isso porque, assim como toda fobia, ela possui diferentes graus de intensidade. Como dito anteriormente, a música age como um gatilho, que pode causar bastante sofrimento.

Lado a lado, a pessoa com melofobia pode ter dificuldades de desenvolver as mais variadas formas de interação social. Ainda mais porque a música está presente em todos os locais e de inúmeras formas.

Neste sentido, alguns dos sintomas mais comuns são:

  • insônia;
  • elevação da frequência cardíaca;
  • ataque de pânico;
  • falta de ar;
  • náusea;
  • tremedeira;
  • choro;
  • gritos;
  • tontura;
  • vontade de fugir;
  • perda de controle.

Quais são as causas da melofobia?

Em uma entrevista à Vice, a Dra. Marsha Johnson, audiologista e diretora clínica, revelou que a fobia costuma estar associada a uma experiência negativa. Por exemplo, uma pessoa que vai a um show que o som está alto demais. Como resultado, ela acaba tendo tinnitus (zumbido no ouvido) por semanas.

Por sua vez, a longo prazo, o contato constante com um instrumento demasiadamente barulhento pode resultar em hiperacusia. Por consequência, a vítima passa a sofrer dores que se intensificam a cada nova exposição.

É importante compreender que a pessoa que sofre pela condição normalmente recebe estímulos maiores que a média. Por essa razão, algo tão bom quanto ouvir música pode se tornar a pior das torturas.

Imagine só o quanto tudo isso pode ser difícil. Ainda mais porque uma fobia costuma nem ter hora nem dia para aparecer.

Como saber se tenho melofobia?

Ainda não existem testes que comprovem a existência ou não da melofobia. Sendo assim, o diagnóstico é feito a partir da análise dos sintomas. O principal sinal costuma ser o medo ou a ansiedade provocada por só pensar em música.

Isto é, você não necessariamente está ouvindo uma canção, mas já está angustiado e apreensivo com o simples pensamento.

Mesmo que, em muitos casos, a vítima saiba que tudo o que está sentindo não faz sentido, ela não consegue controlar. Todo o seu corpo reage à mínima exposição. E, dependendo do grau da fobia, a pessoa pode desde suportar volumes mais baixos até não tolerar nenhum estímulo.

Mulher com as mãos no ouvido gritando
A pessoa com melofobia coleciona péssimas experiências com a música (Foto/Pixabay)

Como tratar a melofobia?

Infelizmente, a melofobia ainda não tem cura. O que podemos fazer, da mesma forma que quase toda fobia, é tratar os sintomas. Ou seja, criar mecanismos e formas de aprender a lidar (não controlar) o distúrbio. Desse modo, o tratamento é feito com o apoio de um psicólogo e, em alguns casos, de um psiquiatra.

Não tente tratar a condição em casa, visto que pode piorar ainda mais os sintomas. Por mais simples que possa parecer, a mente humana é complexa. O uso de metodologias não qualificadas pode causar traumas para toda a vida.

Por outro lado, enquanto pessoa que sofre pela condição ou conhece alguém, é importante saber o que é a melofobia e como tratá-la. Logo abaixo, vamos falar de duas das metodologias de tratamento mais comuns.

Terapia de exposição

Na terapia de exposição, com o acompanhamento de um terapeuta, a pessoa que sofre da fobia é exposta a música. Em diferentes graus de intensidade, a proposta desse tipo de tratamento é ajudar o paciente a entender a sua ansiedade e aprender formas de lidar.

Logo, a proposta não é controlar os sintomas nem erradicar as ocorrências, mas sim oferecer instrumentos para que a pessoa possa lidar quando algo assim acontece.

Em paralelo, vale lembrar que um procedimento assim é feito de forma gradual. O profissional acompanhará todo o processo, avaliando quando é possível aumentar o estímulo e o que está acontecendo.

Reestruturação cognitiva

Em síntese, o objetivo da reestruturação cognitiva é trabalhar as crenças limitantes relacionadas à música. Ou seja, refletir, debater e encontrar novas respostas com o apoio de um especialista sobre o que tudo significa. A partir disso, ressignificar memórias e auxiliar no tratamento.

Neste contexto, as técnicas de relaxamento costumam ser importantes aliadas. Tanto por ajudarem a lidar com a ansiedade do processo quanto por auxiliarem a ressignificar o ato de ouvir música.

E aí, gostou do conteúdo? Você sabia o que é melofobia e como ela impacta na nossa vida? A verdade é que, por mais que a fobia seja antiga, ela ainda é pouco debatida e compreendida.

Pense só: a música esteve presente desde o início da nossa sociedade, mas ainda não temos uma cura da fobia relacionada a ela. Nesse sentido, a conscientização se torna ainda mais importante para ajudar quem sofre com isso.

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Foto de Ayllana Ferreira

Ayllana Ferreira

Jornalista apaixonada por conteúdo. Curiosa nata, geek e apaixonada por tudo o que envolve cultura. Escreve para o Cifra Club desde dezembro de 2021.

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