Rodopios de liberdade
Antes alma solitária
Encontro de dois de outrora
Beijo na bússola do tempo

Musa do vinhedo e por vezes deusa pagã
Olhos fechados e entrelaço de dedos
Em meio ao limbo se escutava
Risadas ouvidas no final de setembro

Cântico de melodia profana
No sofá de uma cidade distante
Perdidos numa coleção de relapsos
Num aquário

Quis beijar, mas ela não quis
A noite caiu, ficamos por um triz

Equinócio, equino, equidistante, equalizador

Descoberta com hora marcada
Taça de vinho com gosto de cigarros
O horizonte apontava nosso destino
O universo planejava o equinócio com precisão

As flores escreviam a história
Era a sintonia primaveril
Quis beijar, mas ela não quis
Daí em diante criamos raiz

Rodopios de liberdade
Antes alma solitária
Encontro de dois de outrora
Beijo na bússola do tempo

Tempo me faz tanta falta
Mas hoje joga ao meu favor

Quis fazer canção pra nós
E por um triz não perco a voz
De tanto beijar, de tanto beijar
Se enamorar como é bom, a ficha não caiu

Foi por um triz, mas aconteceu
Pelo equinócio não precisamos mais
Rimar romã com travesseiro
Ei gatinha, como é que se diz eu te amo?