Eu costumava ver o futuro e agora não vejo nada
Arrancaram meus olhos e me mandaram fazer as malas
Para passear pela cozinha em busca de restos de inspiração
Chorando como cassandra, eu
Costumava prever o futuro, mas eles arrancaram a minha língua
E me deixaram lavando roupa para pensar no que fiz
Não fui eu, foi a canção

Eu costumava ir até o futuro, trazia tudo de volta
Deixe sangrar por entre meus dedos, um tesouro em minhas mãos
Agora eu saio escondida quando não tem ninguém por perto
Pois puseram crucifixos nas portas para tentar me afastar
O jardim se alastrou
E eu corro no mеio da estrada (ooh)

Bem, você consegue me ver? Eu não consigo te ver
Tudo o que eu achava que conhecia saiu de vista
Nesta cegueira a qual estou condenada
Bem, você consegue me ouvir? Eu não consigo te ouvir
Me tornei surda à toda canção que pensava conhecer
E não há mais ninguém para quem cantar

Todos os deuses foram domesticados
E o paraíso é agora superestimado
E as igrejas, todas elas fecharam suas portas
Mas você pode levar suas reclamações diretamente ao Senhor

Eu ainda tento olhar maravilhada para o mundo
Enquanto as rosas florescem
E o camburão ainda à plena vista

Bem, você consegue me ver? Eu não consigo te ver
Tudo o que eu achava que conhecia saiu de vista
Nesta cegueira à qual estou condenada
Bem, você consegue me ouvir? Eu não consigo te ouvir
Me tornei surda à toda canção que pensava conhecer
E não há mais ninguém para quem cantar

Ooh
Ooh, ooh, ooh (levem-me de volta)
Ooh, ooh, ooh (ó, deuses ébrios da carnificina)
Ooh, ooh, ooh (vocês sabem que eu sempre fui a sua)
Ooh, ooh, ooh (filha favorita)

Bem, você consegue me ver? Eu não consigo te ver
Tudo o que eu achava que conhecia saiu de vista
E se eu correr rápido o suficiente, poderia eu me separar
Enquanto impérios desmoronam e catedrais se desfazem em meu coração?