Quando a chuva se desenha na vidraça
No meu pensamento passa
Minha vida, minha terra
Lá onde o sol enche de luz cada pedaço
Céu e terra, num abraço
Bem no alto de uma serra

É nessa hora que a saudade dói no peito
Olho em volta, não tem jeito
Só quem viu pode falar
Às vezes, eu me sinto feito um passarinho
Que perdeu seu próprio ninho
Está cansado de voar

Meu coração bate no ritmo do vento
Sinto na pele o cheiro da terra molhada
Levo comigo sempre
O mesmo sentimento
O meu passado que eu deixei
Naquela estrada

Quando a lua, linda e nova clareava
Cada estrela que brilhava
Eu contava em minha rede
De manhã cedo, perto de uma laranjeira
Sempre a mesma cachoeira
Que matava a minha sede

É nessa hora que a saudade dói no peito
Olho em volta, não tem jeito
Só quem viu, pode falar
Às vezes, eu me sinto feito um viajante
Que partiu pra bem distante
E não sabe mais voltar

Meu coração bate no ritmo do vento
Sinto na pele cheiro de terra molhada
Levo comigo sempre
O mesmo sentimento
O meu passado que eu deixei
Naquela estrada