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Sustenido e bemol: o que são e quais as diferenças entre eles?

Tudo sobre acidentes musicais: um guia completo para iniciantes!

Quando se inicia o estudo de música, é quase inevitável entrar em contato com alguns elementos de notação e algumas noções básicas de teoria musical. Entre esses símbolos, dois dos mais comuns e frequentemente encontrados são os de sustenido e bemol.

Acidentes musicais
Os acidentes musicais são elementos fundamentais da música (Foto: Reprodução/Freepik)

Neste artigo, explicaremos de forma clara e concisa o que são sustenido e bemol, desvendando suas definições, aplicações e como eles afetam as notas musicais.

Assim, você poderá aprimorar seus conhecimentos e aprender tudo sobre esses importantes elementos da teoria musical.

O que é sustenido e bemol?

Sustenido e bemol são o que chamamos de acidentes musicais. Eles servem para alterar a altura da nota em meio-tom para cima, no caso do sustenido, ou um meio-tom para baixo, no caso do bemol.

Os sinais de notação são ♯ para o sustenido e ♭ para o bemol.

Dobrado sustenido

O dobrado sustenido (✗) serve para elevar uma determinada nota em um tom.

Dobrado bemol

O dobrado bemol (♭♭) serve para abaixar as notas em um tom.

Sustenido e bemol na partitura

Há duas maneiras em que os sustenidos e bemóis aparecem na partitura.

Uma delas é em notas individuais ao longo da partitura. Em um pentagrama tradicional, você sempre vai escrever os acidentes do lado esquerdo da nota que deseja alterar.

Veja o exemplo:

Trecho do estudo para violão Op.6, nº8, de Fernando Sor.

Perceba que o sustenido está posicionado à esquerda da nota Fá, elevando, assim, sua altura em um semitom, para Fá#. Em seguida, aparece o bemol ao lado do Si, baixando-o para Sib.

Esse efeito dura até o final do compasso. Após a barra de compasso, se você deseja que a mesma nota permaneça alterada, você deve escrever novamente o acidente.

Além disso, esse acidente serve apenas para a oitava em que a nota está escrita.

Outra forma em que os acidentes musicais aparecem na partitura é nas armaduras de clave. Elas servem para indicar a tonalidade em que uma determinada música ou passagem está.

Portanto, a armadura de clave indicará os acidentes que pertencem à escala (maior natural ou menor natural) daquela tonalidade e, assim, se repetem ao longo de toda a música.

Por exemplo, em Dó maior, a escala não possui notas alteradas, ou seja, não possui armadura de clave.

Já a escala de Ré maior, possui dois acidentes: Fá sustenido e Dó sustenido.

Por outro lado, a tonalidade de Si bemol maior também possui dois acidentes, mas são dois bemóis: Si bemol e Mi bemol.

Se uma nota já possui um ♯ ou ♭ na armadura de clave, você ainda precisará escrever o ♭♭ ou o ✗ caso queira baixar ou elevá-la em um tom. O novo acidente anula o efeito do anterior.

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Qual a diferença entre sustenido e bemol? 

Em termos práticos, como já explicado, o sustenido faz com que uma determinada nota seja elevada em meio-tom, enquanto o bemol baixa determinada nota em meio-tom.

Quando usar sustenido ou bemol?

Via de regra, o uso do sustenido ou do bemol está ligado ao contexto tonal e/ou harmônico de uma determinada passagem, trecho ou estrutura musical.

Na prática, um mesmo som pode ter nomes diferentes. Por exemplo, as notas Láb e Sol# representam a mesma altura, o que chamamos de enarmonia.

Apesar disso, se você quer construir, por exemplo, a escala de Mi maior, o correto é utilizar o Sol#, pois ele forma o intervalo de terça maior, que caracteriza a escala maior natural.

Por outro lado, o Láb é a nota correta se sua tonalidade for, por exemplo, Mib maior. Isso porque o Sol#, nesse contexto, passa a ser uma terça aumentada, e a escala precisa de uma quarta justa que, no caso, é justamente o Láb.

Voltemos ao exemplo do trecho de Fernando Sor. Dois acidentes diferentes apareceram em dois lugares diferentes.

O primeiro deles, o Fá#, aparece pois o acorde que o compositor escreveu é um D (Ré maior), que é um acorde dominante do acorde G (Sol maior).

Mais adiante, aparece o Sib. Esse acidente aparece pois o Sib é a 7ª menor do acorde C7 (Dó com sétima menor), que, por sua vez, é dominante de F (Fá maior).

O que podemos concluir daí é que os sinais de sustenido e bemol também obedecem a uma lógica de estruturação da linguagem harmônica no sistema tonal.

Já em uma escala cromática, onde as notas não necessariamente possuem uma função, se obedece a regra da direcionalidade. Ou seja, em direção ascendente, usa-se o sustenido. Já em direção descendente, usa-se o bemol.

O que é bequadro?

Você certamente reparou que um dos exemplos utilizou um símbolo que ainda não foi explicado. Ele é o bequadro (♮).

A função do bequadro é anular o acidente que esteja na armadura de clave ou que tenha acontecido dentro do compasso. Seu efeito também dura apenas um compasso ou até que outro acidente apareça naquela nota.

No exemplo abaixo, você vai observar o uso dos bequadros anulando os bemóis da tonalidade de Dó menor (na armadura: Sib, Mib e Láb).

Trecho inicial da Fuga em Dó Menor, BWV 847, de J.S. Bach.

Muito interessante aprender tudo sobre sustenido e bemol, não é? Agora, você já sabe como determinar o uso dos acidentes musicais em diferentes contextos!

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Foto de Marco Teruel

Marco Teruel

Marco Teruel é músico e violonista, com mestrado pela USC Thornton School of Music (EUA) e doutorado em música pela UFMG. Seus interesses musicais incluem o repertório do violão clássico, a música dos séculos XVI e XVII, a música brasileira e o heavy metal.

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